Este blog foi criado pela universitária Raile Cabral estudante do curso de Letras da Universidade de Pernambuco - Campus Garanhuns, e tem por finalidade contribuir com a disseminação de informações que combatam o preconceito linguístico, bem como, ajude a entender o fenômeno de variação da língua. Todo conteúdo aqui disponibilizado, poderá servir de uso e apoio ao trabalho de professores de Língua Portuguesa no ensino fundamental. As postagens contidas nesse blog também contribuirão para a divulgação do trabalho e pesquisa desenvolvida pela estudante no corrente ano (2016).

"A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas.” (PCN 1997, p.26)

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016


O Preconceito Linguístico existe! Tenha cuidado! É um preconceito como qualquer outro! 


Edição da Imagem: Raile Cabral

Fonte: Revista Ovies

O preconceito linguístico deveria ser crime


por Marta Scherre

SCHERRE, Marta. O preconceito linguístico deveria ser crime. Revista Galileu. Novas ideias / Língua. [Revista Galileu online]

Binho Barreto
Basta ser homem, estar em sociedade e estar rodeado de pessoas falantes que a língua - este sistema de comunicação inigualável - emerge. Ela se instaura e toma conta de todos nós, de nossos pensamentos, de nossos desejos e de nossas ações. Falar faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida. A troca por meio das formas linguísticas é a nossa dádiva maior, nossa característica básica. É por meio de uma língua que o ser humano se individualiza, em um movimento contínuo de busca de identidade e de distinção. É isso, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os outros animais. 


Não existe homem sem língua. Mesmo as pessoas com deficiências diversas adotam um sistema de comunicação. Quem é surdo, por exemplo, usa a linguagem de sinais. Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade linguística diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala. O problema maior é que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente. 


Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal (As coisa tá muito cara); ao "r" no lugar do "l" (Framengo); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (Eu vô tá verificano); ao "r" chamado de caipira, característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas, goianas, mato-grossenses e paranaenses - em franca expansão, embora sua extinção tenha sido prevista por linguistas. Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua identidade, sua forma de ver o mundo. 


Binho Barreto


O preconceito linguístico - o mais sutil de todos eles - atinge um dos mais nobres legados do homem, que é o domínio de uma língua. Exercer isso é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social. Não quero dizer com isso que não temos o direito de gostar mais, ou menos, do falar de uma região ou de outra, do falar de um grupo social ou de outro. O que afirmo e até enfatizo é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém tem o direito de exercer assédio linguístico. Ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar. 


A Constituição brasileira estabelece que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante''. Sendo assim, interpreto eu que qualquer pessoa que for vítima de preconceito linguístico pode buscar a lei maior da nação para se defender. Até porque, sob essa ótica, o preconceito linguístico se configura como um tratamento desumano e degradante - uma tortura moral. Se necessário for, poderíamos até propor uma lei específica contra esse tipo de preconceito, apenas para ficar mais claro que qualquer pessoa tem o direito de buscar a justiça quando for vítima de qualquer iniciativa contra o seu modo de se expressar. 


Sei que muitos devem achar que isso é bobagem, que todos devem deixar de falar errado. Mas todo mundo tem direito de se expressar, sem constrangimento, na forma em que é senhor, em que tem fluência, em que é capaz de expressar seus sentimentos, de persuadir, de manifestar seus conhecimentos. Enfim, de falar a sua língua ou a sua variante dela. 
MARTA SCHERRE, linguista e pesquisadora do CNPQ

terça-feira, 5 de janeiro de 2016


USP tem um site que disponibiliza mais de  3.000 livros para download! 


As temáticas são as mais variadas e os materiais  são diversos (livros, imagens, mapas, periódicos, obras de referências e manuscritos). A busca no acervo digital, encontra-se disponível no site: www.brasiliana.usp.br
O acervo contido no site está dividido por título, autor, assunto ou pela data de publicação. 
Acesse o site e baixe os livros de seu interesse. 

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Você já ouviu falar sobre Variação Linguística? 

As variações linguísticas de uma língua diz respeito, ao seu processo de mudança natural, já que, não nos comunicamos da mesma maneira. É importante notar que temos uma língua multifacetada e plural, que surge do envolvimento com outras culturas, e que por conseguinte, traz a diversificação na maneira com a qual se faz uso da língua, através da fala.
          Assista o vídeo em anexo e entenda como acontece esse fenômeno de variação linguística.