Este blog foi criado pela universitária Raile Cabral estudante do curso de Letras da Universidade de Pernambuco - Campus Garanhuns, e tem por finalidade contribuir com a disseminação de informações que combatam o preconceito linguístico, bem como, ajude a entender o fenômeno de variação da língua. Todo conteúdo aqui disponibilizado, poderá servir de uso e apoio ao trabalho de professores de Língua Portuguesa no ensino fundamental. As postagens contidas nesse blog também contribuirão para a divulgação do trabalho e pesquisa desenvolvida pela estudante no corrente ano (2016).

"A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas.” (PCN 1997, p.26)

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Trabalhando o Português Não Padrão - Poesia de Cordel

Os alunos da Escola Plácido Firmino de Oliveira, estão desenvolvendo um belíssimo trabalho acerca da reflexão linguística. Por meio de uma sequência didática colocada para estímulo e compreensão de alguns aspectos presentes na oralidade, desenvolvemos a produção de lindos cordéis sobre assuntos diversos. Dentre as produções temos:

O Lampião

Fernanda Firmino da Silva Rosendo
Larissa Souza de Oliveira da Silva  


Bem no meio da caatinga
E não falo de calor
Pois entenda esse clima
Seu minino seu dotô

E foi na serra estranha
Num canto do sertão
Nasceu um cangaceiro
E o seu nome era lampião



E esse homem tão bonito
Também tinha sentimento,  
Um dia ele se apaixonou
E pediu em casamento
A tal da Maria Bonita
Que logo o pedido aceitou  

Em uma noite de luar
Bem cansado de fugir
Daquela polícia que jamais
Se cansou de perseguir
O lampião olhou pro o céu
E cantou antes de durmir

Assim adormeceu
Junto da mulher Maria
Os policiais encontrou
Logo cedo no outro dia

Meu Patrão
Carlos Eduardo Carvalho da Silva
Ari Gama Duarte Neto

Meu Patrão
Me dê licença,
Pra meu verso cantar,
Tem horas que é engraçado,
Tem horas que é de lascar

Eu tinha cavalo bom,
Gostava de campear,
Mas o tempo foi passando,
O dinheiro se acabando,
Os amigos se afastando,
E veja só, como é que está.

E hoje estou muito velho e acabado,
Continuo desempregado
Sem saber pra onde vou
O meu amor já me deixou
Só a lembrança ficou

Moro no Alto do Frutuoso,
Vizinho a Serra das Pias,
Estudo na Lagoa de São José,
Vou pra aula todo dia.

Na minha comunidade,
Tem escola, tem festinha.
Tem igreja para nossa população,
Tem Nossa Senhora da Saúde
Para nossa devoção.
Termino com esse convite,
Para professores e colegas,
Fica aqui esse convite,
Para visitar minha terra.

A Escola Plácido Firmino de Oliveira por meio da Professora estagiária de Língua Portuguesa: Raile Cabral, parabeniza os estudantes do sétimo ano pelos trabalhos apresentados acima.